Dra Juliana Mendonça

O que é lúpus: como identificar e viver bem com a doença

Você já ouviu falar em lúpus? Essa doença ainda gera muitas dúvidas e, por vezes, medo — mas com informação correta e um acompanhamento adequado, é possível levar uma vida equilibrada e com qualidade.

O lúpus é uma doença autoimune que pode afetar várias partes do corpo, como a pele, articulações, rins e outros órgãos. 

O mais importante é lembrar que, apesar de ser uma condição crônica, o lúpus pode ser bem controlado na maioria dos casos, especialmente com diagnóstico precoce e acompanhamento contínuo.

Neste artigo, vamos entender o que é o lúpus, seus diferentes tipos, sintomas, diagnóstico, tratamento e como conviver melhor com a condição.


O que é lúpus?

O lúpus é uma doença autoimune, ou seja, acontece quando o sistema imunológico, que deveria proteger o corpo de vírus e bactérias, passa a atacar células e tecidos saudáveis, causando inflamações em diferentes partes do organismo.

Essa condição pode se manifestar de várias formas e com intensidades diferentes, que variam de pessoa para pessoa. 

Por ter nuances diferentes, é importante que cada paciente tenha um atendimento personalizado para os sintomas de lúpus que apresenta.


Quais são os tipos de lúpus?

Já sabemos o que é lúpus, mas existem variações da doença.

Existem quatro principais tipos de lúpus e entender essa diferença é fundamental para o diagnóstico e tratamento corretos:

1. Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES)

  • É o tipo mais comum e também o mais complexo;
  • Pode afetar vários órgãos: pele, articulações, rins, coração, pulmões, sistema nervoso, entre outros;
  • Os sintomas variam de leves a graves e podem surgir em fases (chamadas de crises ou surtos);
  • É mais comum em mulheres entre 20 e 45 anos.


2. Lúpus Cutâneo

  • Afeta principalmente a pele;
  • Pode se manifestar como manchas avermelhadas (em forma de “asa de borboleta” no rosto) ou lesões em outras partes do corpo;
  • Em alguns casos, há sensibilidade ao sol (fotossensibilidade);
  • Pode ser limitado à pele ou evoluir para a forma sistêmica.


3. Lúpus Induzido por Drogas

  • É uma forma transitória da doença, que geralmente regride com a suspensão do medicamento causador;
  • Os sintomas são semelhantes aos do LES, mas geralmente desaparecem quando o uso do remédio é suspenso;
  • É mais comum em homens devido ao uso de determinados medicamentos associados a essa forma da doença, como a hidralazina e a procainamida.


4. Lúpus Neonatal

  • É raro e pode afetar recém-nascidos de mães com lúpus ou outras doenças autoimunes;
  • O bebê pode nascer com manchas na pele, alterações no fígado ou distúrbios cardíacos;
  • Na maioria dos casos, os sintomas desaparecem nos primeiros meses de vida.


Quais são os sintomas do lúpus?

Mais do que entender o que é o lúpus, é fundamental reconhecer como ele se manifesta no corpo.

Os sintomas do lúpus podem ser muito variados, o que torna o diagnóstico um desafio. Em geral, eles aparecem em fases de atividade da doença e podem melhorar com o tratamento.

Entre os sinais mais comuns, destacam-se:

  • Cansaço excessivo (mesmo com repouso);
  • Dores articulares e musculares;
  • Manchas vermelhas na pele, especialmente no rosto (em forma de borboleta);
  • Queda de cabelo;
  • Febre baixa persistente;
  • Sensibilidade à luz solar (fotossensibilidade);
  • Úlceras na boca ou nariz;
  • Inchaço nas pernas (em casos de comprometimento renal);
  • Alterações neurológicas ou cardiovasculares (em casos mais graves).


Cada paciente pode ter uma combinação diferente de sintomas — e é justamente por isso que a avaliação médica individualizada é tão importante.


Como é feito o diagnóstico do lúpus?

O diagnóstico do lúpus é clínico e laboratorial. Não existe um único exame que confirme a doença, por isso o médico analisa o conjunto de sintomas, histórico do paciente e os resultados de diversos testes.

Entre os principais exames solicitados estão:

  • Exames de sangue:
  • FAN (fator antinuclear): costuma ser positivo em mais de 95% dos casos de lúpus.
  • Anti-DNA e anti-Sm: mais específicos para LES.
  • Hemograma, função renal e hepática, complemento (C3 e C4), PCR/VHS.
  • Exames de urina: para avaliar possível acometimento renal.
  • Exames de imagem: podem ser necessários para avaliar órgãos afetados.
  • Biópsia de pele ou rim: em alguns casos, para confirmar o diagnóstico e guiar o tratamento.


Qual é o tratamento do lúpus?

O tratamento do lúpus depende do tipo e da gravidade da doença. O objetivo é controlar a inflamação, evitar danos aos órgãos e manter a qualidade de vida.

Entre os tipos, estão:


Tratamento Medicamentoso:

  • Antiinflamatórios não esteroides (AINEs): aliviam dores articulares e musculares.
  • Antimaláricos (como a hidroxicloroquina): são fundamentais no controle da doença, especialmente em formas cutâneas e articulares.
  • Corticoides (como a prednisona): usados em fases ativas, com dosagens ajustadas conforme a gravidade.
  • Imunossupressores (azatioprina, micofenolato, ciclofosfamida): usados em casos moderados a graves.
  • Biológicos (como belimumabe): indicados em casos específicos, com resposta inadequada ao tratamento convencional.


Tratamento Não Medicamentoso:

  • Evitar exposição solar intensa e sempre usar protetor solar.
  • Alimentação equilibrada, com foco em alimentos anti-inflamatórios.
  • Atividade física leve a moderada, conforme tolerância.
  • Suporte emocional e psicológico: essencial para lidar com as mudanças que a doença pode trazer.
  • Acompanhamento regular com reumatologista e, quando necessário, com outros especialistas (nefrologista, dermatologista, cardiologista, etc.).


É possível viver melhor com lúpus?

Receber o diagnóstico de uma doença autoimune pode ser desafiador. É natural ter dúvidas, medos e incertezas. Mas é importante lembrar que: com o tratamento certo e autocuidado, é possível ter uma vida plena.

Aqui vão algumas dicas valiosas para você conviver melhor com o lúpus:

  • Conheça sua doença: informação de confiança é um grande aliado.
  • Respeite seus limites: há dias em que o corpo pede descanso e isso não é sinônimo de fraqueza.
  • Durma bem e reduza o estresse: o emocional afeta diretamente a imunidade.
  • Crie uma rede de apoio: compartilhar experiências com familiares, amigos ou grupos de pacientes pode aliviar a carga emocional.
  • Tenha um acompanhamento médico próximo e regular.


Você não está sozinho

Entendemos o que é lúpus, seus sintomas e possíveis tratamentos.

Cada paciente com lúpus tem uma história única — e é com esse olhar individualizado que atuamos em nosso consultório. Oferecemos acolhimento, escuta e um plano de tratamento centrado em você, respeitando sua realidade, seus sintomas e seus objetivos de vida.

Se você tem lúpus ou suspeita da doença, entre em contato para uma avaliação especializada. Estamos aqui para te apoiar nessa jornada, com ciência, empatia e cuidado verdadeiro.

Dra Juliana Mendonca

Dra. Juliana Mendonça é médica clínica geral e se dedica ao cuidado integral da saúde, com foco no bem-estar e qualidade de vida dos pacientes. Atualmente está se especializando em Geriatria, onde poderá intensificar seus cuidados ao público 60+. Atende com total atenção e acolhimento, oferecendo orientações personalizadas para cada fase da vida. Para mais informações ou agendamentos, entre em contato pelo telefone (31) 99130-5460 ou pelo e-mail contato@clinicadrajulianamendonca.com.br

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