Você já ouviu falar em lúpus? Essa doença ainda gera muitas dúvidas e, por vezes, medo — mas com informação correta e um acompanhamento adequado, é possível levar uma vida equilibrada e com qualidade.
O lúpus é uma doença autoimune que pode afetar várias partes do corpo, como a pele, articulações, rins e outros órgãos.
O mais importante é lembrar que, apesar de ser uma condição crônica, o lúpus pode ser bem controlado na maioria dos casos, especialmente com diagnóstico precoce e acompanhamento contínuo.
Neste artigo, vamos entender o que é o lúpus, seus diferentes tipos, sintomas, diagnóstico, tratamento e como conviver melhor com a condição.
O que é lúpus?
O lúpus é uma doença autoimune, ou seja, acontece quando o sistema imunológico, que deveria proteger o corpo de vírus e bactérias, passa a atacar células e tecidos saudáveis, causando inflamações em diferentes partes do organismo.
Essa condição pode se manifestar de várias formas e com intensidades diferentes, que variam de pessoa para pessoa.
Por ter nuances diferentes, é importante que cada paciente tenha um atendimento personalizado para os sintomas de lúpus que apresenta.
Quais são os tipos de lúpus?
Já sabemos o que é lúpus, mas existem variações da doença.
Existem quatro principais tipos de lúpus e entender essa diferença é fundamental para o diagnóstico e tratamento corretos:
1. Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES)
- É o tipo mais comum e também o mais complexo;
- Pode afetar vários órgãos: pele, articulações, rins, coração, pulmões, sistema nervoso, entre outros;
- Os sintomas variam de leves a graves e podem surgir em fases (chamadas de crises ou surtos);
- É mais comum em mulheres entre 20 e 45 anos.
2. Lúpus Cutâneo
- Afeta principalmente a pele;
- Pode se manifestar como manchas avermelhadas (em forma de “asa de borboleta” no rosto) ou lesões em outras partes do corpo;
- Em alguns casos, há sensibilidade ao sol (fotossensibilidade);
- Pode ser limitado à pele ou evoluir para a forma sistêmica.
3. Lúpus Induzido por Drogas
- É uma forma transitória da doença, que geralmente regride com a suspensão do medicamento causador;
- Os sintomas são semelhantes aos do LES, mas geralmente desaparecem quando o uso do remédio é suspenso;
- É mais comum em homens devido ao uso de determinados medicamentos associados a essa forma da doença, como a hidralazina e a procainamida.
4. Lúpus Neonatal
- É raro e pode afetar recém-nascidos de mães com lúpus ou outras doenças autoimunes;
- O bebê pode nascer com manchas na pele, alterações no fígado ou distúrbios cardíacos;
- Na maioria dos casos, os sintomas desaparecem nos primeiros meses de vida.
Quais são os sintomas do lúpus?
Mais do que entender o que é o lúpus, é fundamental reconhecer como ele se manifesta no corpo.
Os sintomas do lúpus podem ser muito variados, o que torna o diagnóstico um desafio. Em geral, eles aparecem em fases de atividade da doença e podem melhorar com o tratamento.
Entre os sinais mais comuns, destacam-se:
- Cansaço excessivo (mesmo com repouso);
- Dores articulares e musculares;
- Manchas vermelhas na pele, especialmente no rosto (em forma de borboleta);
- Queda de cabelo;
- Febre baixa persistente;
- Sensibilidade à luz solar (fotossensibilidade);
- Úlceras na boca ou nariz;
- Inchaço nas pernas (em casos de comprometimento renal);
- Alterações neurológicas ou cardiovasculares (em casos mais graves).
Cada paciente pode ter uma combinação diferente de sintomas — e é justamente por isso que a avaliação médica individualizada é tão importante.
Como é feito o diagnóstico do lúpus?
O diagnóstico do lúpus é clínico e laboratorial. Não existe um único exame que confirme a doença, por isso o médico analisa o conjunto de sintomas, histórico do paciente e os resultados de diversos testes.
Entre os principais exames solicitados estão:
- Exames de sangue:
- FAN (fator antinuclear): costuma ser positivo em mais de 95% dos casos de lúpus.
- Anti-DNA e anti-Sm: mais específicos para LES.
- Hemograma, função renal e hepática, complemento (C3 e C4), PCR/VHS.
- Exames de urina: para avaliar possível acometimento renal.
- Exames de imagem: podem ser necessários para avaliar órgãos afetados.
- Biópsia de pele ou rim: em alguns casos, para confirmar o diagnóstico e guiar o tratamento.
Qual é o tratamento do lúpus?
O tratamento do lúpus depende do tipo e da gravidade da doença. O objetivo é controlar a inflamação, evitar danos aos órgãos e manter a qualidade de vida.
Entre os tipos, estão:
Tratamento Medicamentoso:
- Antiinflamatórios não esteroides (AINEs): aliviam dores articulares e musculares.
- Antimaláricos (como a hidroxicloroquina): são fundamentais no controle da doença, especialmente em formas cutâneas e articulares.
- Corticoides (como a prednisona): usados em fases ativas, com dosagens ajustadas conforme a gravidade.
- Imunossupressores (azatioprina, micofenolato, ciclofosfamida): usados em casos moderados a graves.
- Biológicos (como belimumabe): indicados em casos específicos, com resposta inadequada ao tratamento convencional.
Tratamento Não Medicamentoso:
- Evitar exposição solar intensa e sempre usar protetor solar.
- Alimentação equilibrada, com foco em alimentos anti-inflamatórios.
- Atividade física leve a moderada, conforme tolerância.
- Suporte emocional e psicológico: essencial para lidar com as mudanças que a doença pode trazer.
- Acompanhamento regular com reumatologista e, quando necessário, com outros especialistas (nefrologista, dermatologista, cardiologista, etc.).
É possível viver melhor com lúpus?
Receber o diagnóstico de uma doença autoimune pode ser desafiador. É natural ter dúvidas, medos e incertezas. Mas é importante lembrar que: com o tratamento certo e autocuidado, é possível ter uma vida plena.
Aqui vão algumas dicas valiosas para você conviver melhor com o lúpus:
- Conheça sua doença: informação de confiança é um grande aliado.
- Respeite seus limites: há dias em que o corpo pede descanso e isso não é sinônimo de fraqueza.
- Durma bem e reduza o estresse: o emocional afeta diretamente a imunidade.
- Crie uma rede de apoio: compartilhar experiências com familiares, amigos ou grupos de pacientes pode aliviar a carga emocional.
- Tenha um acompanhamento médico próximo e regular.
Você não está sozinho
Entendemos o que é lúpus, seus sintomas e possíveis tratamentos.
Cada paciente com lúpus tem uma história única — e é com esse olhar individualizado que atuamos em nosso consultório. Oferecemos acolhimento, escuta e um plano de tratamento centrado em você, respeitando sua realidade, seus sintomas e seus objetivos de vida.
Se você tem lúpus ou suspeita da doença, entre em contato para uma avaliação especializada. Estamos aqui para te apoiar nessa jornada, com ciência, empatia e cuidado verdadeiro.